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RECORDAR, REPETIR E ELABORAR


Será que fazer análise nos leva a recordar, repetir ou elaborar?


É muito comum que pessoas que começam a fazer análise, acreditem que o tratamento só se dá através de recordações dos fatos. Mas na verdade não é bem assim... O psicanalista dá valor a recordação, mas ele sabe que a memória é seletiva, desleal e muito “amiga” do ego, pois apenas recordamos o que nos interessa. Desse modo, esquecimentos e distorções são esperados pelo psicanalista. Mas então se percebemos que não é o recordar, será que seria o repetir?

Aqui Freud fez uso de um termo interessante: COMPULSÃO A REPETIÇÃO, ou seja, quando o paciente está com o psicanalista repete de forma sutil ou de maneira escancarada, certas situações que o permite obter um prazer parcial durante sua vida. Mesmo que se queixe disso, continua a repetir com o psicanalista.


Essas repetições podem dizer muito sobre o paciente. Quando ele se conscientiza por essa repetição e de alguma maneira dispende um esforço de elaboração das possíveis causas, algo começa a mudar, ou seja, parar a repetição.


Ele para de repetir para experimentar as coisas novas. É por isso que uma análise demanda tempo, pois elaborar significa de alguma maneira RESSIGNIFICAR alguns aspectos da vida e principalmente certos elementos que não gostamos de admitir.


Na Psicanálise oferecemos ao paciente tempo para conhecer melhor esta repetição/resistência com a qual acabou de se familiarizar, para elaborá-la, para superá-la, pela continuação, em desafio a ela, do trabalho analítico segundo a regra fundamental da análise.




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